Santana da Serra é uma das seis freguesias do concelho de Ourique, situado no centro-sul do Baixo-Alentejo.

A nossa freguesia tem uma área de 190,81 Km2, situando-se no sul do concelho, na zona de transição da planície alentejana para a serra algarvia. O composto da Serra alude à localização da freguesia nos contrafortes da Serra do Caldeirão.

Tem como limites administrativos, a norte a freguesia de Ourique e a Sul o concelho de Silves. A leste confina com as freguesias de Gomes Aires e S. Barnabé do concelho de Almodôvar e a ocidente com S. Martinho das Amoreiras e Santa Clara a Velha do concelho de Odemira.

É composta, além da sede de freguesia, por inúmeros montes sendo de destacar: Carapetal, Castelo Ventoso, Corte Coelho, Cortes Pereiras, Estieiro, Fitos, Guilherme, Lajes, Medronheira, Monte Branco da Serra, Monte da Ribeira, Pipi, Portela do Lobo, Portela das Piçarras, Rio Torto, Salvada, Sambro, Selada, Serro do Guincho, Sismalhas, Soalheira, Vale e Várzea do Corcho.

A freguesia de Santana da Serra, zona de serra, ficando nos contrafortes da Serra do Caldeirão, não sendo muito alta, é extremamente acidentada, com cabeços separados por vales estreitos, por onde correm ribeiros e barrancos.

Toda a freguesia é atravessada por caminhos tortuosos, sendo povoada por diversas aves e animais selvagens.

Pertence a uma zona do interior serrano, com características de ruralidade, escassamente povoada, onde a desertificação aumenta de ano para ano. A nossa região oferece condições de ambiente excecionais, num quadro ecologicamente preservado que convida à fruição da natureza, aos passeios pelos campos da serra e de terra, à caça e à pesca nos regolfos da Barragem de Santa Clara a Velha.

A casa tradicional costuma ter uma sala grande à entrada: lugar de receber visitas e, sendo o centro distribuidor para as outras divisões da moradia. As casas, as mais antigas, são caiadas com cal (a cal é o espelho de expulsar o sol) por dentro e por fora. Algumas ainda têm aberturas estreitas e com um postigo rasgado na porta.

No povo, todas as ruas vão dar aos largos, sendo este o poiso dos homens mais velhos. Juntam-se em pequenos grupos. No verão atrás das sombras, no inverno a perseguir o olhinho do sol.

Há montes perdidos na serra com fornos de pão, feitos de pedra, encostados às casas, nos quais o pão alentejano e os bolos da amassadura são fabricados por mãos Hábeis, rugosas e macias.

Nalguns alambiques fabrica-se artesanalmente o medronho- o elixir destas paragens, fruto do medronheiro, planta que abunda pelos outeiros e vales. Os homens desta zona serrenha extraem o mel das colmeias. É ele o néctar dos deuses, a base da doçaria regional. Mel e medronho são os paladares da serra de Santana. Para a promoção destes produtos realiza-se anualmente a Feira dos Sabores da Serra.

Toda a região tem uma beleza selvagem, onde se respira o ar puro, não existindo ainda a poluição. Aqui rompem urzes, rosmaninhos, tojos e alecrim. Há loendros, zambujeiros e as resinosas estevas. Os sobreiros, as azinheiras e os medronheiros abundam pelas chapadas e encostas. Ultimamente apareceram os eucaliptos, novo exército conquistador, árvore de crescimento rápido e de maior valor comercial, que aos poucos ocuparam alguns dos terrenos outrora dedicados à pequena agricultura.

Autor: Junta de Freguesia de Santana da Serra 2005
Livro: Santana da Serra Passado e Presente